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PERCORRENDO NOSSA HISTÓRIA
Semana Santa, em 1944, na nova paróquia - 10/2013
Dom Manoel Koenner e Pe. Aloysio
Na última edição do nosso jornal diocesano escrevemos sobre a instalação do Colégio Santa Cruz em Campo Mourão e a chegada das três primeiras religiosas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Agora, faz-se necessário trazer alguns fatos referentes à vida paroquial no pacato e reduzido distrito de Campo Mourão. Padre Aloysio Jacobi, primeiro pároco da Paróquia São José (atual Catedral diocesana) descreve a primeira Semana Santa celebrada em Campo Mourão. Tal celebração se deu em 1944, ano em que a Páscoa ocorreu a 9 de abril. Pe. Aloysio escreveu:

“A Semana Santa foi celebrada na capela velha com uma assistência do povo regular; a primeira aqui. O programa foi o seguinte:

4ª Feira. Às 7 horas de tarde Trevas e ocasião de confessar.

5ª Feira Santa as 4 horas missa com comunhão geral dos fieis, as 4 horas de tarde adoração, trevas, sermão.

6ª Feira Santa as 10 horas missa santificadora, veneração da Santa Cruz – dar-se uma oferta; Paixão de Nosso Senhor, as 3 horas da tarde Via Sacra em comemoração da hora da morte de Nosso Senhor. As 7 horas de tarde trevas, procissão, depois ocasião de confessar.

Sábado de Aleluia as 7 horas começaram as cerimônias, durante o dia bênçãos pasqual. As 7 horas de tarde novenas.

Domingo da Ressurreição. As 6 horas procissão e missa. As 10 horas missa solene” (Livro Tombo da Catedral São José ; Livro 1, fl 19 [Arquivo Diocesano: Arq. 2, est. 3).

Conforme podemos observar na narrativa feita por Pe. Aloysio, a Semana Santa ainda era celebrada conforme os ritos precedentes à reforma empreendida por Pio XII em 1955 e consequente restauração da Vigília Pascal.

Na década de quarenta, segundo as celebrações realizadas durante a Semana Santa em Campo Mourão, percebe-se o forte acento penitencial dado a esse período pela liturgia da Igreja. Àquela época a consciência cristã estava totalmente voltada para o caráter sagrado destes dias, em virtude de serem comemoração da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, isto é, Mistério Pascal que trouxe a redenção do gênero humano.

Prosseguindo seu relato acerca do ano de 1944, Pe. Aloysio fornece informações sobre uma de suas viagens pastorais pelas regiões limítrofes de Campo Mourão:

“Do dia 17 de abril até 7 de maio viagem pastoral feita por mim. Durante este tempo a matriz estava fechada. Por causa da viagem foi me impocivel de fazer a festa da Santa Cruz no dia 3 de maio como tinha prometido. Do dia 16 de maio até 26 do mêsmo outra viagem. A festa de São Pedro em roncador foi feita pelo Revmo. P. Martinho Leitz, porque estava ocupado muito com a construção da matriz. No mez de agosto foi visitado por o Revmo P. Martinho Leitz. Nos últimos dias de agosto chegou Snr. Maximo Andreola de Pitanga com dois animais para prestar um pouco de auxilio”(Livro Tombo da Catedral São José ; Livro 1, fl 19-20 [Arquivo Diocesano: Arq. 2, est. 19v).

As páginas do Livro Tombo da Catedral São José trazem diversos relatos descritivos das viagens pastorais realizadas por Pe. Aloysio Jacobi. Percebemos nas entrelinhas o quanto foi árduo, desafiador e até certo ponto exaustivo o primeiro trabalho evangelizador desta vasta região centro-oeste do Paraná.

Graças ao destemor dos homens do passado, imbuídos do mais autêntico vigor cristão, a mensagem evangélica foi plantada e lançou raízes profundas neste solo alvissareiro. Seus frutos confirmam o valor e evidenciam o heroísmo daqueles que por primeiro aqui professaram a fé cristã católica.

Pe. Alfredo Rafael Belinato Barreto
Arquivista da Diocese de Campo Mourão
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