Retomando a crônica mensal sobre os principais acontecimentos relativos à história da Diocese de Campo Mourão, falaremos na presente edição do Jornal Servindo dos primeiros atos de Dom Eliseu Simões Mendes como Bispo diocesano.

Empossado a 23 de abril de 1960, em cerimônia presidida por Dom Manuel da Silveira D’Élboux, Arcebispo de Curitiba, Dom Eliseu passou a residir numa casa modesta de madeira sita à Rua Santa Cruz, 803. O Palácio Episcopal, em fase de construção, só seria inaugurado no dia 23 de abril de 1961. Da mesma forma, a inexistência de espaço para a instalação da Cúria Diocesana fez o Bispo alugar uma saleta de 2,5 m x 2m, à Rua Capitão Índio Bandeira, a fim de dar início aos trabalhos curiais.

Para isso, em 28 de abril de 1960 nomeou o Pe. Valdécio Lopes, sacerdote mossoroense vindo em sua companhia, para a função de chanceler do Bispado. No mesmo dia publicou sua primeira Carta Circular, cujo conteúdo é interessante conhecer:

“REVMO. SR.

PAX VOBIS, ALLELUIA.

Ainda sob as alleluias festivas da Páscoa e após as belas festas de posse em nossa Diocese de Campo Mourão, aqui estamos para vos trazer a nossa mensagem muito cordial, com as primeiras bênçãos em Carta Circular dirigida ao Clero.

Como anunciamos em nossa saudação à nova Diocese, dirigida ao Clero e fiéis, viemos para o serviço de Deus e das almas, e não nos trazem outras preocupações, de acôrdo com o nosso lemna episcopal – SALUS GREGIS – a não ser, traduzir em palavras e gestos a imagem do Bom Pastor, cujo exemplo e doutrina deve plenificar a vida de todos nós que nos dedicamos ao divino pastoreio das almas.

Ingente é nossa responsabilidade, enormes os encargos de quem assume uma Diocese, nova e recém-criada, para bem organizá-la, dirigir e incrementar em Cristo. No entanto, “omnia possum in eo qui me confortat” é a segurança que temos e que a obra não é nossa, mas do próprio Deus que nos enviou a êste rebanho, em quem depositamos todas as esperanças, contando com as divinas mercês.

Entretanto, nada conseguiremos ou poderemos realizar sem o concurso incondicional e constante do nosso querido Clero, seja diocesano ou regular, com o qual queremos dividir nesta hora as responsabilidades no apostolado e evangelização. Muito esperamos da união fraternal de todos os sacerdotes m torno do Pastor Diocesano para que realmente haja – “um só rebanho e um só pastor” e no futuro se possa afirmar: esta é uma região feliz, cujo progresso e desenvolvimento material foi acompanhado pelo espírito cristão, difundido na Diocese de Campo Mourão, pelo seu Bispo e zeloso Clero. Contamos voltar à vossa presença, em breve, quando trataremos de assuntos relativos à organização da Curia Diocesana e vida administrativa da Diocese.

Terminando temos a ventura de enviar uma benção especial a esta Paróquia e ao Vigário.

Em, 28/4/1960

DOM ELISEU MENDES – Bispo Diocesano”.