Carta Pastoral Salus Gregis - Resumo - 06/2014
A diocese de Campo Mourão encontra-se novamente num momento histórico singular. Vivencia o Centenário Natalício do seu 1º Bispo, Dom Eliseu Simões Mendes, empossado a 23 de abril de 1960. A abertura oficial do Centenário se deu com a publicação da Carta Pastoral Salus Gregis no dia 18 de maio, quando Dom Eliseu completaria seu 99º aniversário natalício. Através desta carta, Dom Francisco Javier conclama a Diocese inteira à condigna celebração desta efeméride.
O título Salus Gregis (Salvação do Rebanho) se deve ao fato de ser esta expressão as palavras que abrem o documento, extraídas do lema episcopal de Dom Eliseu Simões Mendes. Composta em 53 parágrafos, a Carta Pastoral Salus Gregis está dividida em 5 partes e se conclui com a oração oficial para o Centenário.
Na primeira parte (parágrafos 1-6), à guisa de introdução, são explicitados os três objetivos inerentes ao Ano Centenário: 1) Redescoberta da trajetória eclesiástica percorrida por Dom Eliseu. 2) Implementação da consciência histórica nos mais diversos níveis organizacionais da estrutura eclesiástica diocesana. 3) Revigorar o fervor espiritual e o ardor pastoral-evangelizador na Igreja diocesana.
A segunda parte (parágrafos 7-17) apresenta os antecedentes históricos da Igreja nas regiões noroeste e centro-oeste do Paraná. Aqui é destacado o hercúleo trabalho desenvolvido pelos padres da Congregação do Verbo Divino, particularmente o Pe. Aloysio Jacobi e o prelado de Foz do Iguaçu, Dom Manuel Koënner. O período analisado na segunda parte pode ser entendido como “preâmbulo” ao processo que confluiu na criação da Diocese de Campo Mourão em 20 de junho de 1959.
O assunto da terceira parte (parágrafos 18-24) é a trajetória de Dom Eliseu Simões Mendes nos rincões nordestinos. Aqui são trazidas à luz as atividades desenvolvidas por ele como padre junto ao Arcebispo de Salvador, BA, Dom Augusto Álvaro Cardeal da Silva, os trabalhos como bispo auxiliar de Dom Antonio de Almeida Lustosa na arquidiocese de Fortaleza, CE e, por fim, o áureo ministério episcopal vivido como bispo titular de Mossoró, RN.
Na quarta parte (parágrafos 25-44), apresenta-se o episcopado de Dom Eliseu em Campo Mourão. Nesta parte as informações estão organizadas ao redor de temas-chave que, de certa forma, sintetizam as linhas-mestras da atuação do 1º Bispo. Os temas são: 1) Extensão da Diocese de Campo Mourão. 2) Clero. 3) Patrimônio diocesano. 4) Influência sócio-política. 5) Protagonismo do laicato. 6) A renúncia e o regresso a Bahia.
Por fim, a quinta-parte (parágrafos 45-53) apresenta o apelo de Dom Francisco Javier a fim de que toda a Igreja diocesana se engaje decididamente na celebração do Centenário do seu 1º Bispo. Fundamenta seu argumento em dois documentos magisteriais contemporâneos, que muito dizem para a Igreja no marco histórico atual. Trata-se da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e o documento sobre a renovação paroquial recentemente aprovado na 52º Assembleia Geral da CNBB, Comunidade de comunidades: uma nova paróquia.
Avaliando o texto da Carta Pastoral Salus Gregis, intuo que seu núcleo encontra-se no parágrafo 48, quando o Bispo diz: “esperamos ser momento de cumprir um dever de consciência para com a memória de Dom Eliseu Simões Mendes. Sem sombra de dúvida, ele ofereceu a vida e mais ainda, investiu sua juventude em favor da diocese de Campo Mourão. Deste modo, nossa Igreja local não tem o direito de se esquecer do seu primeiro Pastor. Caso se esquecesse, além de agir impiedosamente, estaria ignorando as bases fundamentais da memória histórica. Um povo sem memória é povo privado de identidade, sem coração e sem perspectivas de esperança”.
Aproveitemos as iniciativas propostas durante o Ano Centenário. Seu encerramento está marcado para o dia 18 de maio de 2015, quando Dom Eliseu completaria 100 anos. O passado e seus personagens devem nos servir de fonte, horizonte a construir em nós uma visão prospectiva da realidade.