Na última edição do Jornal Servindo concluímos a exposição da Bula Cum Venerabilis, mediante a qual o Papa João XIII criou as Diocese de Campo Mourão e Toledo, a 20 de junho de 1959. O ato pontifício está carregado de representatividade para o desenvolvimento da organização eclesiástica no Estado do Paraná. Para compreendermos em que medida as duas novas Dioceses influíram sobre o desenvolvimento paranaense, cumpre perceber o itinerário cronológico percorrido pela Igreja presente nestas terras.

Inicialmente, a Igreja do Paraná estava ligada à Diocese do Rio de Janeiro, criada em 1676. Depois, com a criação da Diocese de São Paulo, em 1745, a Igreja paranaense ficou sufragânea desta. A primeira Diocese erigida no território estadual foi Curitiba, em 27 de abril de 1892. Com isso, todo o Estado do Paraná a Santa Catarina passou a constituir o bispado curitibano. O primeiro desmembramento ocorreu a 19 de março 1908, com a criação da Diocese de Florianópolis. Por conseguinte, o Paraná continuou com uma única Diocese, sediada na capital Curitiba.

Sob viés cronológico, afirme-se que a criação das Dioceses de Campo Mourão e Toledo em 1959 inserem-se naquilo que se pode denominar quinto estágio de divisão nas circunscrições eclesiásticas existentes no Estado. Esse movimento está evidente no Quadro 1 (clique abaixo).

A Prelazia nullius de Foz do Iguaçu, criada em 1926, foi simultaneamente extinta com a ereção das Dioceses de Campo Mourão e Toledo. Foz do Iguaçu, primeira sede da dita Prelazia passou a integrar o território da Diocese de Toledo. Foz do Iguaçu só haveria de se constituir Diocese em 5 de maio de 1978, por mercê do Papa Paulo VI. A Prelazia de Palmas, ereta em 1933, também foi extinta com a criação da Diocese de Palmas em 1958.

Os limites da Diocese de Campo Mourão serão discutidos na próxima edição. Veremos quão vasto eram os mesmos e, consequentemente, ardoroso o trabalho de organização local a ser desenvolvido pelo primeiro Bispo, Dom Eliseu Simões Mendes.